A História
Delta do Rio Parnaíba |
A mais de 420 anos, o
navegante português Nicolau de Resende perdeu toneladas de ouro, em um
naufrágio no litoral do nordeste do Brasil. O acidente foi próximo à foz do rio
Parnaíba, que divide os Estados do Piauí e Maranhão. Por 16 anos tentou, em
vão, resgatar sua preciosa carga, mas descobriu tesouro ainda maior: “um grande
rio que forma um arquipélago verdejante ao desembocar no Oceano Atlântico”, disse
ele. Nicolau de Resende descobriu o único delta em mar aberto das Américas, o
Delta do Rio Parnaíba.
A Foz do Rio Parnaíba, na
forma de Delta (a letra grega, representada por um triangulo), se divide em 5
braços. Outros deltas em mar aberto ou oceânicos ocorrem na foz dos rios Nilo na
África e Mekong na Ásia.
Pintura do Delta por Pedro Pintor |
O mapa do Delta do Rio
Parnaíba parece o desenho da palma da mão: o rio se divide em 5 braços, cuja as
águas desembocam no oceano, que no sentido Leste-Oeste, são chamadas: Tutóia,
Melancieira ou Carrapato, Caju, Canárias – todas maranhenses – e Barra do Rio
Igaraçu, que desemboca no município de Luís Correia.
A área total do Delta é
estimada em 2700 km2, distribuída em forma retangular, tem 90 km de base – a orla
– por 30 km onde estão igarapés, os mangues, as dunas, as ilhas e ilhotas.
As estimadas 80 ilhas e ilhotas,
entre elas as ilhas grande de Paulino, Caju, Canárias e Ilha Grande de Santa
Isabel ocupam cerca de 80.000 ha. Estima-se que 65% do Delta estão em
território maranhense e 35% no Piauí.
Uma maternidade do mar
Mangues |
Além das dunas, praias, rios
e igarapés, o Delta do Rio Parnaíba é formado por extensas florestas de
manguezais. O mangue é um dos ecossistemas mais ricos e vitais para o equilíbrio
ambiental da zona costeira, onde a vida marinha se alimenta e se reproduz.
Os manguezais são
considerados uma espécie de maternidade do mar. É neste ambiente povoado por
plantas exóticas e animais curiosos onde camarões, caranguejos, mariscos e
outras espécies de aves e peixes encontram alimento em abundância e abrigo
seguro para se reproduzir. Os manguezais também são muito úteis para o homem,
pois é uma importante fonte de recursos alimentares e econômicos. São utilizados
como fonte de extrativismo vegetal através do aproveitamento madeireiro das espécies
e a extração do tanino, substancia usada na curtição de couros, peles e na
pintura das velas das embarcações. A explicação para a alta produtividade dos
manguezais é simples: a grande quantidade de matéria orgânica que chega as baías
e enseadas através da desembocadura de rios pelas mares.
Caranguejo, principal morador dos mangues do Delta |
Os caranguejos geralmente vivem em ambiente
marinho, mas muitas espécies têm hábitat dulciaqüícola ou semi- terrestre. São,
na sua maioria, animais de vida livre, ocorrendo espécies simbiontes (comensais
e parasitas). Vivem em substrato arenoso, areno-lodoso, lodoso ou rochoso, onde
rastejam e podem escavar tocas ou refugiar- se entre as fendas, algas, corais e
outros organismos. Esses animais, como os outros artrópodos, realizam troca da
carapaça (muda ou ecdise) para o crescimento do indivíduo. Ucides cordatus vive
em manguezais onde escava tocas no substrato, principalmente lodoso (lama).
Durante a maré alta, estes animais permanecem na toca e, quando a maré baixa,
saem em busca de alimento. Ucides cordatus realiza uma "andada" para
reprodução que geralmente ocorre nos meses de dezembro a março, e uma para
muda, entre setembro e novembro. Constantemente ouve-se falar que os
caranguejos estão magros nos meses com "r" e gordos nos meses sem
"r". Isto se dá pelo fato dos meses com "r" coincidirem com
o pico de alimentação e engorda e os meses sem "r", com o período da
muda, momentos em que os animais gastam muita energia e não se alimentam. Eles
não se expõem, no período após a muda, quando seu exoesqueleto ainda não se
encontra enrijecido, para enfrentar os predadores.
Referencias
http://ilhadocaju.com.br/delta-do-parnaiba/
http://www.deltadorioparnaiba.com.br/delta_caranguejo.htm
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